24/10/2012

O conto 300 Onças, nesta quinta-feira no IJSLN


Nesta quinta-feira, no Instituto João Simões Lopes Neto, Fausto Domingues levará ao auditório Carlos Reverbel a sua interpretação acerca do conto 300 Onças, de João Simões Lopes Neto. A entrada é franca e o encontro inicia a partir das 19 horas. 

***

300 onças é um conto que aborda a lealdade. Afinal, querer o suícidio para não ser considerado ladrão após perder o dinheiro do patrão é um ato digno de quem valoriza o seu nome, a sua reputação.

Pois bem, então, escuite¹.

O vaqueano estava cavalgando num mês de fevereiro, juntamente com o cusco mui esperto e boa vigia² e com o cavalo de pelo preto e pouco brilhante. 

Pois bem. O cansaço da viagem é algo natural. Por que não tirar um cochilo na sombra fresca? O vaqueano, como qualquer mortal, não resiste à tentação de dormir um pouco sob a árvore. Com o chapéu tapa os olhos, estes que se fecham para uma pausa.

Para quebrar a lombeira², que sempre há, não resiste à outra tentação. A água cristalina que chocava contra as pedras era boa demais para ser ignorada. Tirou as vestes e as deixou ali mesmo. No entanto, é neste momento que o conto toma corpo e o drama surge.

Horas depois, quando já estava na estância, o vaqueano percebe a ausência da guaiaca. Ele havia perdido trezentas onças de ouro, as quais serviriam para pagar o gado. Desespero.

O drama toma conta do conto e o leitor já está na pele do vaqueano. O cãozinho, companheiro fiel, indica o caminho. Tenta ajudar. Ele sabe onde está. O vaqueano escuta o amigo, mas as trezentas onças de ouro não estavam mais lá, perto das águas cristalinas. O suícidio, para ele, é a única solução. Mas quando está prestes a aquecer o cano gelado da arma, sente Deus, através da natureza, acalmar-lhe a alma e o coração.

[...] Porém matar-se um homem, assim no mais... e chefe de família... isso, não!²

Ele encontraria, de alguma forma, as trezentes onças de ouro.

L&PM, reprodução
L&PM, reprodução

Clique aqui para ler o conto e ingresse no mundo incrível de João Simões Lopes Neto.

Texto: Pedro Henrique Costa Krüger.
¹ - Trecho de O Negro Bonifácio.
² - Trechos do conto 300 Onças.

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