31/10/2012

40ª Feira do Livro de Pelotas

A história do evento teve início no ano de 1960 graças a iniciativa de Gilberto Rezende Duarte - na época, um jovem representante de uma editora - que ao ouvir notícias sobre a feira do livro que ocorria em Porto Alegre, teve a ideia de fazer algo semelhante em sua cidade. Com apoio da comunidade pelotense e do prefeito da época, e contando com com a presença de livreiros convidados da capital, a primeira Feira do Livro de Pelotas aconteceria entre 25 de novembro a 4 de dezembro de 1960, na Praça Coronel Pedro Osório.


Após 52 anos a Feira do Livro de Pelotas chega em sua 40ª edição (houve um intervalo nos 60 e 70 em que a feira não ocorreu por falta de investimentos). Atualmente o evento já se encontra estabelecido como um dos principais acontecimentos no calendário pelotense. Mesmo assim, a edição desse ano vem com mudanças em seu formato. Segundo palavras do escritor e advogado Renato Varoto, orador da feira: “Este ano a proposta vai muito além da comercialização de livros. As mesas redondas serão uma garantia de que em Pelotas é possível debater e expor as mais diferentes ideias, com pessoas das mais diferentes tendências".

Além de Varoto como orador, a feira deste ano terá como Patrono o cartunista André Macedo. A cerimônia de abertura ocorrerá hoje (31), às18h, na Praça Coronel Pedro Osório. Após a solenidade, haverá apresentação da Cia Cem Caras de Teatro e shows com Flávio Mendez e Paulinho Martins.

Novidades nesta edição

Nesta edição uma série de novidades irá incrementar a Feira. O espaço Alameda da Leitura, por exemplo, vem com propósito de incentivar e estimular a leitura de obras. Outra grande novidade deste ano é a criação da Tenda Cultural João Simões Lopes Neto, que receberá diversas atividades como palestras, contações de histórias, apresentações de teatro, dança e música. Entre essas atividades destacamos a Caravana do Escritores (para saber as datas e escritores presentes na Caravana clique na imagem abaixo).

Caravana dos escritores
E Simões Lopes não ficará apenas no nome da tenda, dia 14 de novembro haverá um debate sobre o centenário da obra Contos Gauchescos, contando com as presenças de Aldyr Garcia Schlee, Luis Carlos Borges e João Luis Ourique. Além desse debate, o projeto IFSUL Simoneando na Feira do Livro - coordenado pelo Professor Luiz Minduim Vasconcellos, juntamente com os Professores Gilnei Oleiro e Flávio Dornelles - apresentará ao público jovem uma forma diferente de conhecer a obra do escritor pelotense.

Aldyr Garcia Schlee autografando livro no IJSLN

Até o dia 18 de novembro a Praça Coronel Pedro Osório ficará repleta de atrações: apresentações, debates, palestras e (claro!) muitos livros.
Para mais informações acesse o site oficial do evento: www.feiradolivrodepelotas.com.br


Texto: Cassio Lilge
Imagens: divulgação, arquivo
31.10.2012

26/10/2012

Palestra com Fausto Domingues

O Instituto João Simões Lopes Neto recebeu na noite de ontem, dia 25, o simoneano de longa data, Fausto José Leitão Domingues, que esteve palestrando sobre o conto "Trezentas Onças". Foi 15ª encontro do ciclo que celebra o centenário da obra Contos Gauchescos.

Antonio Carlos Mazza Leite, presidente do IJSLN, ao lado do palestrante da noite
Um dos contos mais famosos de Simões Lopes, Trezentas Onças dá nome ao prêmio que o IJSLN concede anualmente a pessoas que tenham se destacado na preservação e divulgação do nome e da obra do escritor pelotense. O palestrante da noite, que inclusive já foi agraciado com a honraria, começou sua palestra relembrando de como, há anos atrás, surgiu a ideia desta premiação. Muito participativo nas atividades do IJSLN, Fausto Domingues é sócio e conselheiro desta entidade. No Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul ocupa o cargo de 2º vice-presidente.

A palestra expôs uma tese do lugar geográfico por onde se passaria o episódio do conto. O personagem Blau Nunes que aparece em diferentes situações e fases de sua vida no decorrer de Contos Gauchescos, se apresenta em Trezentas Onças como um tropeiro - "Eu tropeava, nesse tempo. Duma feita que viajava de escoteiro". - Segundo os levantamentos de Fausto Domingues, a estância da Coronilha, lugar por onde Blau "devia pousar" fica no interior do município de Piratini. Baseando-se em pesquisas de antigos registros de terras, significado de palavras e elementos analisados dentro do conto, o palestrante traçou sua tese, a qual ele confessa ainda estar totalmente em aberto. 

Público prestigiando e participando da palestra

Próximas atividades do IJSLN

A próxima palestra está marcada para o dia 08 de novembro, com o professor Luís Borges. Antes disso, no dia 06, o Instituto vai receber o jornalista Klécio Santos que estará fazendo o lançamento do livro "O Teatro do Imperador", que conta a história do Theatro Sete de Abril. Ambos eventos começam às 19h.
Fausto Domingues ao lado de Luís Borges, o próximo palestrante do ciclo


Texto: Cassio Lilge
Fotos: Pedro Henrique Costa Krüger.

24/10/2012

O conto 300 Onças, nesta quinta-feira no IJSLN


Nesta quinta-feira, no Instituto João Simões Lopes Neto, Fausto Domingues levará ao auditório Carlos Reverbel a sua interpretação acerca do conto 300 Onças, de João Simões Lopes Neto. A entrada é franca e o encontro inicia a partir das 19 horas. 

***

300 onças é um conto que aborda a lealdade. Afinal, querer o suícidio para não ser considerado ladrão após perder o dinheiro do patrão é um ato digno de quem valoriza o seu nome, a sua reputação.

Pois bem, então, escuite¹.

O vaqueano estava cavalgando num mês de fevereiro, juntamente com o cusco mui esperto e boa vigia² e com o cavalo de pelo preto e pouco brilhante. 

Pois bem. O cansaço da viagem é algo natural. Por que não tirar um cochilo na sombra fresca? O vaqueano, como qualquer mortal, não resiste à tentação de dormir um pouco sob a árvore. Com o chapéu tapa os olhos, estes que se fecham para uma pausa.

Para quebrar a lombeira², que sempre há, não resiste à outra tentação. A água cristalina que chocava contra as pedras era boa demais para ser ignorada. Tirou as vestes e as deixou ali mesmo. No entanto, é neste momento que o conto toma corpo e o drama surge.

Horas depois, quando já estava na estância, o vaqueano percebe a ausência da guaiaca. Ele havia perdido trezentas onças de ouro, as quais serviriam para pagar o gado. Desespero.

O drama toma conta do conto e o leitor já está na pele do vaqueano. O cãozinho, companheiro fiel, indica o caminho. Tenta ajudar. Ele sabe onde está. O vaqueano escuta o amigo, mas as trezentas onças de ouro não estavam mais lá, perto das águas cristalinas. O suícidio, para ele, é a única solução. Mas quando está prestes a aquecer o cano gelado da arma, sente Deus, através da natureza, acalmar-lhe a alma e o coração.

[...] Porém matar-se um homem, assim no mais... e chefe de família... isso, não!²

Ele encontraria, de alguma forma, as trezentes onças de ouro.

L&PM, reprodução
L&PM, reprodução

Clique aqui para ler o conto e ingresse no mundo incrível de João Simões Lopes Neto.

Texto: Pedro Henrique Costa Krüger.
¹ - Trecho de O Negro Bonifácio.
² - Trechos do conto 300 Onças.

22/10/2012

Nesta quinta, palestra de Fausto Domingues

Na próxima quinta-feira, dia 25 de outubro, o ciclo de palestras em comemoração aos 100 anos do livro "Contos Gauchescos" trará para o auditório do IJSLN o conto "Trezentas Onças". A interpretação do texto será de Fausto Domigues e abordará os aspectos referentes aos espaços temporais e geográficos do conto, a busca pela localização do espaço físico no qual se desenrola a trama e a credibilidade do narrador-tropeiro.

Fausto José Leitão Domingues é sócio e conselheiro do Instituto João Simões Lopes Neto, 2º vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, membro do Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas, sócio do Círculo de Pesquisas Literárias de Porto Alegre e conselheiro consultivo da revista do Memorial do Poder Judiciário. Além disso, Fausto foi o organizador da obra "Pensamento Político de Demétrio Ribeiro" e coordenador da edição em espanhol da obra "Lendas do Sul", de João Simões Lopes Neto.

A palestra "Uma tropeada com a memória de Blau Nunes" será às 19h do dia 25 de outubro, no auditório do IJSLN.


Texto: Eduarda Schneider Lemes

12/10/2012

Palestra com Hilda Simões Lopes Costa

O ciclo de palestras promovido pelo Instituto João Simões Lopes Neto – em celebração ao centenário de “Contos Gauchescos” – realizou mais um encontro na noite de ontem, 11 de outubro. Na ocasião, a escritora e socióloga Hilda Simões Lopes Costa esteve passando sua perspectiva sobre o conto “O contrabandista”. 

Presente no livro “Os Cem Melhores Contos Brasileiros do Século”, o conto “O contrabandista” conta a saga de Jango Jorge, um ex-contrabandista, que para garantir o enxoval da sua filha volta a atravessar a fronteira, exercendo sua antiga atividade ilegal.

Presidente, Antonio Carlos Mazza Leite, ao lado da palestrante da noite

A palestra

A palestrante destacou três diferentes aspectos tratados no conto: o histórico, o antropológico e o mítico. Segundo ela, o conto traz um apanhado geral da história do contrabando no Rio Grande do Sul, com sua importância dentro da economia e desenvolvimento do Estado. Do ponto de vista antropológico o conto mostra a transformação que acontecia na figura do gaúcho, do "campeiro soldado" - que quase nômade passava sua vida no lombo do cavalo - para  um homem que quer se firmar como um bem sucedido pai de família. Por último, Hilda Simões falou sobre a simbologia mitológica que o conto carrega.

Conforme palavras da convidada da noite, Jango Jorge tem o papel do "herói na busca de sua transcendência". O casamento de sua filha representa um "passaporte como membro de uma família bem constituída". Além disso, Hilda Simões contou um pouco da história por traz da simbologia do enxoval da noiva. Segundo sua explicação, num passado distante, era muito usual a cor vermelha aparecer em algum acessório ou vestimenta da noiva para representar a vida nova. E o vermelho vai aparecer no final do conto nas manchas que o sangue de Jango Jorge marcadas no enxoval. Mesmo com fim trágico, a saga do protagonista é cumprida.

Público presente na palestra

Após aplausos, abriu-se o tradicional espaço para intervenções dos presentes, que acrescentaram comentários elogiosos sobre a leitura dada ao conto por Hilda Simões Lopes Costa.



Texto: Cassio Lilge
Fotos: Pedro Henrique Costa Krüger
12.11.2012

10/10/2012

Entrevista com Hilda Simões Lopes


Hilda Simões Lopes cresceu acompanhada das lembranças do primo João Simões Lopes Neto. A convivência com o passado de Simões fez aumentar a admiração e carinho fraterno que sente pelo escritor - que considera um dos maiores da literatura brasileira. Amanhã, dia 11/10, no auditório do Instituto que leva o nome do primo, a também escritora Hilda falará sobre o texto "O contrabandista", dando continuidade às comemorações dos 100 anos do livro "Contos Gauchescos". Hilda respondeu ontem a algumas perguntas da Assessoria de Imprensa do Instituto, sobre a palestra, a contribuição literária de Simões e o sentimento de ser familiar do precursor da literatura gaúcha.



1. Com qual perspectiva irás abordar o conto "O contrabandista"?

Farei uma abordagem histórica do contrabando no RS, uma abordagem antropológica do gaúcho à época de Jango Jorge e outra abordagem mítica sobre os signos presentes no conto; depois fecharei o foco através da estrutura e do texto de O Contrabandista de maneira a bem explicitar a maestria dessa criação de João Simões Lopes Neto 


2. Já publicaste algo relacionado a alguma obra de João Simões Lopes Neto?

Apenas artigos sobre sua biografia e análise de contos e lendas em alguns jornais e revistas.


3. Nos cursos que ministras, já utilizaste algum texto de "Contos Gauchescos"? Se sim, como se deu a receptividade - principalmente da linguagem característica do autor?

Sim, muito o uso. E me surpreendo porque há sempre muitos alunos que não o leram. Trabalho muito com O Boi Velho, com O Manantial e A Salamanca do Jarau; provoco os alunos a re-escrevê-los, alterando o foco narrativo, o que propicia excelente exercício literário.


4. Qual a tua opinião sobre a obra de Simões Lopes Neto? O que pensas sobre a forma que o autor retratou a cultura gaúcha?

Eu considero João Simões Lopes Neto um dos maiores escritores brasileiros. Pela excepcional linguagem – e pensar que ele escreve assim quando o comum era o texto engalanado -, e o conteúdo que, calcado na cultura e história dos gaúchos, é tão sensível e humano que se torna universal, mítico.


5. Como é ser prima do precursor do regionalismo no Rio Grande do Sul, escritor este que tanto orgulha os pelotenses?

Talvez por ter crescido na mesma casa de charqueada onde ele também cresceu, vendo e tocando suas marcas, lendo desde a infância as rimas de seu Cancioneiro Guasca e já na adolescência seus contos e lendas, sinto imenso carinho por sua pessoa, entendo-o, mesmo em seus fracassos, e não esgoto nunca a compreensão e o aprendizado de seus contos e lendas. Impressiona-me a dimensão de seu talento.

Entrevista: Eduarda Schneider Lemes
Fotografia: ccs.ufpel.edu.br
10.10.2012

Nesta quinta-feira, palestra com Hilda Simões Lopes Costa

No ano do centenário de "Contos Gauchescos", o Instituto João Simões Lopes Neto tem a honra de receber para ministrar a 14º palestra do ciclo comemorativo, a escritora e socióloga pelotense Hilda Simões Lopes Costa.

              Leia aqui o conto "O contrabandista".

Hildinha, como é conhecida por ser neta de Hilda Campello Duarte Simões Lopes - mulher do ex-prefeito Augusto Simões Lopes -, é bacharel em Direito, mestre em Sociologia pela Universidade de Brasília, professora aposentada pela Universidade Federal de Pelotas e escritora. Entre seus trabalhos estão: “Do abandono à delinquência” (1983); “Senhoras e senhoritas, gatas e gatinhas” (1993); “A superfície das águas” (1997) - vencedor do Prêmio Açorianos de Literatura -, “Cuba: casa de boleros” (2000) e “Um silêncio azul” (2001) e "A anatomia de Amanda" (2009)
.
Na próxima quinta-feira, 11 de outubro, Hilda falará no IJSLN sobre o conto "O contrabandista".
A palestra terá início às 19h com entrada franca.



Texto: Eduarda Schneider Lemes
10.10.2012

08/10/2012

IFSUL - Conferência com a Dra. Luciana Wrege Rassier


05/10/2012

III Prêmio João Simões Lopes Neto de Artes Visuais

Ontem à noite, 4, no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo, foram revelados os nomes dos vencedores da terceira edição do Prêmio João Simões Lopes Neto de Artes Visuais.

A fotografia intitulada "A Presença", de autoria de Walter Karwatzki, e a imagem pintada com lápis de cor sobre papel que tem como título "Cada bicho guarda no corpo o sumo do que comeu", de autoria de Mariana Abasolo, foram premiados. Os dois receberam um prêmio aquisição. Outras quatro obras receberam menção honrosa.

Mariana Abasolo, pres. Antonio Carlos Mazza Leite e Walter Karwatzki


"A Presença", de Walter Karwatzki

"Cada bicho guarda no corpo o sumo do que comeu", de Mariana Abasolo

04/10/2012

Exposição de trabalhos selecionados no III Prêmio de Artes Visuais JSLN

Nesta quinta-feira, dia 04, a partir das 19h, será aberto ao público a exposição dos trabalhos selecionados no III Prêmio de Artes Visuais João Simões Lopes Neto. A mostra acontece no Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo (MALG) ficando exposta até o dia 04 de novembro. Ao todo são 12 obras (lista dos selecionados) que relacionam a arte visual com a literatura simoneana.

O MALG fica na rua General Osório, 725, aberto para visitação de terça a domingo, das 10h às 19h. A entrada é franca.

Convite

 
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