29/06/2012

A geopoética em “No Manantial”, ontem, no IJSLN

Ontem, dia 28 de junho, o Instituto João Simões Lopes Neto recebeu o Prof. Gilnei Oleiro Corrêa para mais uma palestra do ciclo em comemoração ao centenário do livro “Contos Gauchescos”. O conto da noite foi “No Manantial”, que traz um texto “denso e emaranhado de ideias fortes”, conforme as palavras do palestrante.
Gilnei Oleiro Corrêa palestrando no IJSLN
Gilnei, antes de falar propriamente sobre o conto, ressaltou a satisfação em palestrar sobre João Simões Lopes Neto em um local que ajudou a fundar, a sede do Instituto. Começou sua fala contando que descobriu uma nova forma de ver Simões quando leu a biografia do autor, escrita por Carlos Sica Diniz. A partir dali conheceu um escritor diferente do que é ensinado na escola, não somente um regionalista, mas, também, um Simões desassossegado, de sentimentos existenciais e divagações.

Presidente do Instituto, Antônio Carlos Mazza Leite, ao lado do palestrante da noite
Para analisar essa nova possibilidade de enxergar Simões, Gilnei recorreu à geopoética, que é, grosso modo, a geografia das emoções. No estudo do conto “No Manantial”, o professor Oleiro realizou um mapeamento do que as transformações naturais causam nas pessoas, ao invés de analisar as próprias transformações, como faz a Geografia. Para Gilnei, Simões consegue captar a beleza e a brutalidade do mundo natural no conto em questão, além de prever a catástrofe que vem acontecendo nos últimos anos. Tudo isso através da escolha discursiva do autor.

Público que se fez presenta na noite
Na palestra, avaliou, ainda, a presença dos elementos geográficos no conto e a forma com que Simões lida com eles, potencializando a força da natureza de acordo com o impacto que as palavras escolhidas causam no leitor. Logo após o término da fala de Gilnei, o simoneano Mário Mattos iniciou o debate sobre a obra.

Prêmio Trezentas Onças
Vale, ainda, ressaltar a fala inicial do presidente Antonio Carlos Mazza: na próxima quinta-feira o auditório Carlos Reverbel, no IJSLN, estará em atividade. Ocorrerá, às 20h, a entrega do prêmio “300 onças”, que irá homenagear três personalidades difusoras da obra de Simões. Acompanhe as novidades sobre a cerimônia através do blog!

Texto: Eduarda Schneider Lemes
29/06/2012

28/06/2012

Hoje à noite, às 19h, tem palestra no IJSLN

Logo mais, às 19h, o professor e pesquisador Gilnei Oleiro Corrêa estará no Instituto João Simões Lopes Neto para ministrar o encontro que abordará o conto “No Manantial”. O evento de hoje à noite faz parte do ciclo de palestras em comemoração ao centenário de Contos Gauchescos.

A apresentação é composta de estudos sobre o Projeto de Cartografia Geopoética Simoniana. O projeto visa lançar outra (e talvez nova) perspectiva sobre a obra do escritor pelotense João Simões Lopes Neto e destaca a transdisciplinar denominada Geografia Poética, na trilha dos pesquisadores Franco Moretti e Kenneth White. O método cartográfico, orientado pela filosofia da diferença Deleuziana, conduz a investigação através do mapeamento dos componentes da paisagem natural encontrados no conto e orienta a reflexão sobre a possibilidade de refundação de mundos existenciais, através do discurso, sob a perspectiva ecológica, psicológica e intelectual.

Gilnei Oleiro Corrêa é advogado, professor, pesquisador e escritor, e participa do Instituto João Simões Lopes Neto desde a sua criação. Atualmente, é Professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Legislação Ambiental no Instituto Federal Sul-rio-grandense – Campus Pelotas, Coordenador de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Coordenador do Núcleo de Estudos Afrodescendentes e Indobrasileiros e responsável pelo Núcleo de Estudos Literários. Também desenvolve pesquisa na área de Literatura Brasileira e Análise de Discurso, com ênfase na “Estética do Frio”, de Vitor Ramil. Tem publicações nas áreas de conto, poesia e ensaio. Dentre suas principais publicações destacam-se Quatro por Quatro (2005), Paralipoemas (2009) e Redes de gelo articulando-se com o vento das esquinas esfiapadas iluminada pela luz pequena dos postes emoldurados de sereno (2009).

A entrada é franca.


Texto: Pedro Henrique Costa Krüger
28.06.2012

27/06/2012

Bate-papo com Gilnei Oleiro Corrêa

O professor e pesquisador Gilnei Oleiro Corrêa, que palestrará nesta quinta-feira (28), esteve nos contando um pouco mais sobre sua carreia profissional, sua participação no Instituto. Explicou-nos o seu Projeto de Cartografia Geopoética Simoniana, e como ele se fará presente no tema de sua palestra, o conto “No Manantial”. 

                                             Foto: Rafaela Valente

Gilnei Corrêa concluiu sua graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG) e quando já estava trabalhando na área de advocacia, resolveu fazer o curso de Letras, segundo ele “por um desejo de ler Valéry em francês”. O curso que iniciado em Rio Grande acabou sendo concluído, depois de algum tempo, na Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A partir de então seu interesse por Letras e Literatura cresceu, a ponto de já ter feito uma Especialização em Literatura Brasileira Contemporânea, e estar concluindo o Mestrado em linguística aplicada na área de Análise do Discurso, pela Universidade Católica de Pelotas. Além de atuar como advogado, atualmente, é Professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Legislação Ambiental no Instituto Federal Sul-rio-grandense - Campus Pelotas, onde desenvolve vários projetos. 

Sobre o Instituto João Simões Lopes Neto
No Instituto, Gilnei Corrêa acompanha as atividades desde o começo. Contou-nos que na época em que se cogitava a criação do Instituto, ele estava fazendo especializações na UFPel e acabou sendo influenciado, por seu professor da época, a participar das primeiras reuniões. Sobre as atividades do IJSLN destaca o projeto de digitalização do acervo: “uma das ações do Instituto que vai ser importante para que a divulgação da obra dele (Simões Lopes) seja maior, é a digitalização dos textos."

As pesquisas na obra de Vitor Ramil
Quanto a seus trabalhos de pesquisa na obra de Vitor Ramil, declara que eles começaram ainda nos tempos de graduação: “Eu trabalho com a obra do Vitor desde a graduação, quando fiz um trabalho sobre o disco A Paixão de V Segundo ele Próprio. A partir dali, encontrei um território de estudo e pesquisa muito rico.” Assim acabaram surgindo os trabalhos “As tonalidades do Frio” publicado no livro Quatro por Quatro (2005) – livro que reunia quatro pesquisador escrevendo sobre quatro diferentes autores pelotenses – e “Viajem fria de Pequod” publicado no livro-projeto Redes de Gelo articulando-se com o vento das esquinas esfiapadas pela luz pequena dos postes emoldurados de sereno (2009).

Em seu mestrado tem se dedicado a ler a obra Satolep de onde sairá o texto já intitulado “A cidade, a poltrona e a linha – a Estética do frio de Vitor Ramil.”

Projeto de Cartografia Geopoética Simoniana
A ideia surgiu quando estava envolvido em seus estudos da Estética do Frio, e lia alguns texto de Simões Lopes. Daí veio a ideia de “fazer a aproximação do Simões com a natureza”.

Geopoética é uma transdiciplina que vem sendo bastante estudada atualmente, e que busca associar a geografia, os elementos da geografia, e os efeitos que eles causam no sujeito. Como Oleiro explica: “Mapear elementos da natureza (animais, plantas, vegetais) e ver os atravessamentos que esses elementos conseguem na psicologia das pessoas, ou seja, é mexer um pouco o imaginário.”

O conto escolhido, No Manantial, foi proposital: "Acho que todas as linhas (do conto) tem algum elemento da natureza sendo mencionado, ou é uma árvore, uma fruta, um animal."

A palestra ocorre no auditório do Instituto, a partir das 19 horas. A entrada é franca. Compareçam!

Texto: Cassio Lilge

26/06/2012

Gilnei Oleiro Corrêa, nosso próximo palestrante

Na próxima quinta-feira, estará presente no Instituto João Simões Lopes Neto, Gilnei Oleiro Corrêa, o professor, advogado, pesquisador e escritor, fará a sua leitura do conto “No Manantial”, dando continuidade ao conjunto de palestras referentes ao Centenário de Contos Gauchescos.

Nosso próximo palestrante atua veementemente no Instituto Simões Lopes desde sua criação, atualmente é Professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Legislação Ambiental no Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul – Campus Pelotas), além de ser Coordenador do Núcleo de Estudos Afrodescendentes e Indobrasileiros e responsável pelo Núcleo de Estudos Literários.

Gilnei também desenvolve pesquisa na área de Literatura Brasileira e Análise de Discurso, com ênfase na “Estética do Frio”, de Vitor Ramil. Possui inúmeras publicações nas áreas de conto, poesia e ensaio. Dentre elas, cabe ressaltar: “Quatro por Quatro” (2005), “Paralipoemas” (2009) e “Redes de gelo articulando-se com o vento das esquinas esfiapadas iluminada pela luz pequena dos postes emoldurados de sereno” (2009).

Não perca a oportunidade de participar desse diálogo enriquecedor, aguardamos sua presença no Auditório Carlos Reverbel, a partir das 19 horas, a entrada é franca.

Texto: Paula Moran
26.06.2012

25/06/2012

Palestra com professor Gilnei Oleiro dia 28/06


Nesta quinta dia (28), o Instituto João Simões Lopes Neto dará prosseguimento ao ciclo de palestras que celebra o centenário dos Contos Gauchescos. O encontro da vez será ministrado pelo professor, pesquisador, Gilnei Oleiro Corrêa e abordará o conto “No Manantial”.

Gilnei Oleiro é advogado, professor, pesquisador e escritor. Atualmente, é Professor de Língua Portuguesa, Literatura Brasileira e Legislação Ambiental no Instituto Federal Sul-rio-grandense - Campus Pelotas, Coordenador de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Coordenador do Núcleo de Estudos Afrodescendentes e Indobrasileiros e responsável pelo Núcleo de Estudos Literários. Participa do Instituto João Simões Lopes Neto desde a sua criação. Desenvolve pesquisa na área de Literatura Brasileira e Análise de Discurso, com ênfase na “Estética do Frio”, de Vitor Ramil. Tem publicações nas áreas de conto, poesia e ensaio. Dentre suas principais publicações destacam-se “Quatro por Quatro” (2005), “Paralipoemas” (2009) e “Redes de gelo articulando-se com o vento das esquinas esfiapadas iluminada pela luz pequena dos postes emoldurados de sereno” (2009).


Cartografia geopoética simoniana: uma possibilidade de leitura do conto “No Manantial”, de João Simões Lopes Neto


A apresentação compõe-se de estudos introdutórios, inéditos e esparsos sobre o Projeto de Cartografia Geopoética Simoniana, especialmente, para essa comunicação, do conto No Manantial. O Projeto pretende lançar outro, talvez novo, olhar sobre a obra do escritor João Simões Lopes Neto e destaca a transdisciplina denominada Geografia Poética, na trilha dos pesquisadores Franco Moretti e Kenneth White. O método cartográfico, orientado pela filosofia da diferença Deleuziana, dirige a investigação através do mapeamento dos componentes da paisagem natural encontrados no conto e orienta a reflexão sobre a possibilidade de refundação de mundos existenciais, através do discurso, sob a perspectiva ecológica, psicológica e intelectual.

Texto: Cristina Trápaga 
25.06.2012

22/06/2012

Prêmio Trezentas Onças

No ano de 2005 o Instituto João Simões Lopes Neto instituiu o Prêmio Trezentas Onças, com o objetivo de reconhecer aqueles que se destacaram no trabalho pela preservação da memória e pela divulgação da obra de Simões Lopes Neto, bem como daqueles que contribuíram para a construção e manutenção do Instituto. 

O prêmio - que carrega em seu nome um dos mais célebres contos de Simões Lopes - é dado em forma de moeda, tendo uma 'onça de ouro' verdadeira como modelo. A cada ano - com exceção do primeiro - o IJSLN tem homenageado três pessoas. Ao total foram 300 moedas confeccionadas e até agora 16 já foram distribuídas. A proposta é de que quando a última onça for entregue, o prêmio se extinguirá automaticamente. 
                   
                                  Foto: André Lauz
Moedas oferecida aos premiados
Neste ano a solenidade de premiação ocorrerá no dia 5 de julho, às 19h, na sede do Instituto. A três personalidades que serão agraciadas por suas contribuições na difusão da memória e da obra de João Simões Lopes Neto, são: o Prof. Donaldo Schüler, o jornalista e ex-presidente do Instituto, Henrique Pires e o teatrólogo, advogado e professor Valter Sobreiro Junior. 

Veja a lista de personalidades para quem o prêmio já foi entregue: 

2006 
Bernardo de Souza (político) 

2007 
Luiz Fernando Cirne Lima (político e empresário) 
Mozart Victor Russomano (jurista e escritor) 
Beatriz Araújo 

2008 
Mário Mattos (pintor e pesquisador) 
Flávio Loureiro Chaves (escritor e pesquisador) 
Paulo Charqueiro (advogado) 

2009 
Paula Schild Mascarenhas (ex-presidente do Instituto, professora) 
Antônio Hohlfeldt (o jornalista e político) 
Aldyr Garcia Schlee (escritor) 

2010 
Klécio Santos (jornalista) 
Carlos Francisco Sica Diniz (advogado e pesquisador) 
Fausto José Leitão Domingues (pesquisador) 

2011 
Alda Maria de Moraes Jaccottet (professora e pesquisadora) 
Lígia Chiappini (professora e pesquisadora) 
Theo Bonow (empresário)

Texto: Cassio Lilge                                                                                                       22/06/2012

21/06/2012

O Castelo de Simões, mas qual Simões?


Muitos acham que o “Castelo Simões Lopes”, localizado na entrada da cidade de Pelotas, pertenceu ao escritor João Simões Lopes Neto, mas, na verdade, a referida construção foi feita em 1922 pelo tio do escritor pelotense, Dr. Augusto Simões Lopes. No entanto, consta em documento garimpado em cartório, pelo simoneano Mogar Xavier, que o palacete, erguido na antiga rua Paissandu e atual rua Santa Tecla, pertenceu, sim, a João Simões Lopes Neto. O documento trata da compra, em 1896, e venda, em 1897, embora não haja comprovações de que o escritor tenha vivido no local.

O prédio tem história. Por ele já passaram dois Presidentes da República, Washington Luís e Getúlio Vargas, além de ter sido a principal tribuna política do Sul. Foi adquirido em 1991 pela Prefeitura de Pelotas e sediou entidades culturais, como: IHGPel - Instituto Histórico e Geográfico de Pelotas -, Academia Sul-Brasileira de Letras, Centro Literário Pelotense, 26ª Região do Movimento Tradicionalista Gaúcho e Conselho de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra. No ano de 2000 foi disponibilizado ao uso da Secretaria da Saúde para sediar o Centro de Atenção Psicossocial do bairro Simões Lopes.

Local que um dia abrigou famílias, serviu à comunidade, teve os cômodos recheados por móveis e uma arquitetura de causar suspiros, obra do arquiteto suíço Fernando Rullman, hoje serve como local de vandalismo e abrigo de mendigos, em um triste cenário de descaso e abandono.

Neste ano, mais precisamente em 8 de março, foi assinada a portaria para tombamento do Castelo de Simões. Entretanto, o que vemos não é nenhum tipo de mudança, mas, sim, a história da cidade sendo esquecida pelo tempo e pelas novas gerações.

Você conhece o Castelo? Não! Faça um tour clicando AQUI

Texto: Paula Moran
Foto: Google Imagens

20/06/2012

96 anos sem João Simões Lopes Neto

Poucos notaram, mas semana passada, no dia 14 de junho, completou-se 96 anos da morte do maior escritor regionalista do Rio Grande do Sul. 

João Simões Lopes Neto sempre foi um homem de muitas ideias. Em Pelotas, sua terra natal, montou uma fábrica de vinhos, outra de cigarros – denominada Marca Diabo –, também criou uma firma de moer e torrar café, o café Cruzeiro, e inventou uma fórmula à base de tabaco para combater sarnas e carrapato, a Tabacina. Não satisfeito, fundou a Empresa de Mineração do Taió, que tinha como objetivo explorar as minas de prata de Santa Catarina. Porém, todo o esforço empresarial de J Simões Lopes Neto não vingou e suas empresas nunca deram certo. 

Trabalhando com as palavras, João Simões Lopes Neto escreveu peças de teatro e colunas em diferentes jornais, além de ter sido um cidadão muito ativo, criando, por exemplo, a Sociedade Protetora dos Animais e o Clube Ciclista. Em sua vida lançou três livros: Cancioneiro Guasca (1910), Contos Gauchescos (1912) e Lendas do Sul (1913). Entretanto, havia mais livros que seriam publicados, como Terra Gaúcha e Casos de Romualdo – este fora publicado em formato de folhetim até então. 

Como artista das palavras teve muito mais sucesso. Porém, esse reconhecimento veio apenas após a sua morte: em Pelotas, no dia 14 de junho de 1916, aos 51 anos, em razão de uma úlcera perfurada. Atualmente, 96 anos depois, João Simões Lopes Neto ainda é lembrado, lido e admirado. É considerado o maior escritor regionalista do RS e deixou uma rica herança a todos: o seu talento registrado em palavras.

João Simões Lopes Neto (1865-1916)

Texto: Pedro Henrique Costa Krüger
Fonte utilizada: pelotas.ufpel.edu.br/simoeslopes
Foto: www.paginadogaucho.com.br

19/06/2012

Restauração da casa sede do Instituto

A casa que abriga o hoje Instituto João Simões Lopes Neto foi construída no ano de 1871, e por dez anos (1897 à 1907) serviu de morada ao escritor pelotense. Somente no ano de 2000 que foi adquirida pelos simoneanos, tornando-se bem cultural da cidade de Pelotas e integrando o Patrimônio Cultural do Estado do RS, através de um projeto de lei de autoria do deputado Estadual Bernardo de Souza. A restauração do prédio se deu em etapas, o Instituto instalou-se definitivamente na casa no ano de 2006.

Casa que abriga o Instituto
A casa tem seu interior revestido de “escaiolas” que vem do italiano “scaglia”, significando lasca de mármore. Embora seja uma cópia do mármore original os acabamentos são coloridos e lustrados assim como o real, imitando a pedra. A escaiola é durável, pouco utilizável e foi muito requisitada para construções luxuosas no século XIX até meados do século XX. Estas se encontravam em péssimo estado de conservação, pois foram cobertas com muitas camadas de tintas. 

Escaiola restaurada
O estado das escaiolas estava muito ruim, encontravam-se danificadas, e a urgência para o restauro era enorme, pois o prédio estava abandonado há alguns anos e sofria com a invasão de animais, vândalos e ainda tinha infiltrações devido à falta de telhado em certas partes da residência. 

Restauro manual

Devido a tanta precariedade a casa recebeu um cuidado maior na hora da execução do seu restauro passando por testes e ensaios com uma solução de HCL (ácido clorídrico) para ver se os aglomerados eram basicamente tinta cal. Após os testes as paredes foram submetidas a vários processos de remoção da tinta até chegar ao resultado final. A restauração não causou nem um defeito ou dano na original e seguindo aos requisitos da área de conservação e restauro.

Texto: Cristina Trápaga                                                                                  19/06/2012

18/06/2012

Aula de literatura no auditório do IJSLN

Drummond Comparado: o poeta das sete faces & outros

foto: divulgação
Carlos Drummond de Andrade nasceu no ano de 1902 na cidade de Itabira em Minas Gerais. Foi escritor no sentido mais completo da palavra: poeta, cronista, contista e, antes de tudo, um romântico. Seus textos espalharam-se pelo século XX e ainda fascinam gerações atuais. Sua genialidade e intimidade com as palavras conquistaram tanto, que suas obras foram traduzidas para diversos idiomas e o poeta das sete faces foi considerado o maior e mais importante de seu tempo.

“Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.”
Poema das sete faces –
Carlos Drummond de Andrade


Tamanha sensibilidade do autor despertou nas estudantes do curso de Letras da Universidade Federal de Pelotas, Francieli Borges e Patrícia Hoff, a ideia de colocar em prática o projeto “Drummond Comparado: o poeta das sete faces & outros”. O projeto, orientado pela Profª Drª Cláudia Lorena Vouto da Fonseca e pelo Prof. Dr. João Luis Pereira Ourique, tem como objetivo estudar o autor de forma mais profunda e específica, coisa que a faculdade não proporciona visto que necessita abranger diversos conteúdos, conforme explica Francieli: “O objetivo é ampliar a visão do autor, que é visto somente como poeta, e trabalhar, não só a linguagem literária, mas, também, as questões que não são vistas em sala de aula, dedicando mais tempo a uma abordagem histórica e as questões sociais presentes nas obras, por exemplo.”

Os encontros, que ocorrem no auditório do Instituto João Simões Lopes Neto, começaram no dia 10 de maio e terminam na próxima quinta-feira, dia 21 de junho. Ao todo foram 36 inscrições e, em média, 20 inscritos comparecem aos encontros, número que ainda é pequeno considerando a importância do projeto, que visa enriquecer a bagagem intelectual dos futuros professores. Questionada sobre a importância do trabalho desenvolvido pelas colegas, a estudante do 7º semestre de Letras, Elizangela Ficher, ressaltou a necessidade de buscar preparo fora da universidade. “No curso de Letras estudamos a literatura como um todo. Quanto mais se lê, mais surge vontade de estudar os autores, o que proporciona conhecimentos específicos e leituras mais profundas e direcionadas. Além de ser um incremento para o currículo, participar de projetos assim é uma forma de esclarecer alguns pontos e matar aquela sede, para que possamos passar o conhecimento de forma mais clara aos alunos. Se tiverem outros projetos como este, venho participar também”, falou Elizangela.

Segundo Francieli e Patrícia, a ideia de estudar especificamente Carlos Drummond de Andrade foi tida pela afinidade com o autor e sua obra, além de avaliar que seria interessante ao público, composto não só por estudantes do curso de Letras, mas, também, de Filosofia, Ciências Sociais, Música, entre outros. O grupo lê os textos escolhidos e todos comentam alguns aspectos em especial. “A ideia é propiciar um debate, no qual exista transmissão de conhecimento para que haja um aprendizado mútuo”, diz Patrícia Hoff. E a proposta tem dado certo. A participação dos presentes é constante e é exatamente o que enriquece os encontros, assim como a multiplicidade de interpretações e a intertextualidade que os participantes enxergam para além das obras que são trazidas.

Francieli Borges e Patrícia Hoff
O projeto ainda retoma os conceitos literários estudados em sala de aula e mescla textos de diferentes autores, permitindo leituras diversificadas e um estudo aprofundado sobre as obras do autor. Isso é o que Juliana Toazza Grossi, que é formada em Letras pela UFPel, almejava quando se inscreveu para participar do projeto: “Minha maior expectativa em relação ao projeto de extensão era conhecer a obra de Drummond mais profundamente, porque, durante a faculdade, só tive duas disciplinas de poesia e não cheguei a realmente ler Drummond. Acredito que o projeto foi bem funcional em relação a isso. Apesar do autor ter uma obra muito vasta, acho que, para 6 encontros, o projeto conseguiu abordar vários textos e um pouco da biografia também. Gostei de ter participado!”

Para o Prof. Dr. João Luis Pereira Ourique, um dos orientadores do projeto, o principal ponto positivo desse tipo de trabalho é a relação que ele proporciona entre o ensino, a pesquisa e a extensão. Segundo Ourique, isso possibilita, além de uma formação qualificada, o debate no campo dos estudos literários. “Minha visão do trabalho, tendo em vista que ambas são minhas bolsistas de iniciação científica, é a melhor possível, contando sempre com meu apoio e estímulo, não apenas na orientação teórica, mas também no auxílio visando diminuir os entraves encontrados”.

O projeto das estudantes encontrou amparo no modelo de estágio desenvolvido no âmbito da UFPel desde o ano de 2009, porém, como qualquer projeto, encontrou dificuldades e impasses – público eclético, local adequado para desenvolvimento dentro da Universidade, necessidade de revisão dos conceitos literários fundamentais, entre outros. Segundo o orientador, essas dificuldades se constituem no principal elemento formativo, por apresentarem um panorama consistente acerca de todo o processo comum à prática pedagógica - planejamento, execução e avaliação -, somados a uma visão peculiar que se estende para além dos momentos de sua aplicação.

O debate sobre a literatura comparada de autores específicos ainda precisa de mais iniciativas como a do projeto em questão, visto que a necessidade de conhecer o mundo literário – e os diversos mundos que este pode propiciar – não é apenas dos estudantes dos cursos de Letras. Para Ourique, essas iniciativas são fundamentais à formação acadêmica: “Há uma demanda e uma carência muito grande ainda de se oportunizarem debates sobre literatura nos mais variados espaços com responsabilidade e qualidade”, diz.

Público presente no evento
Quando questionadas sobre uma possível continuidade do projeto, Francieli e Patrícia contaram que, apesar de não terem nada concreto, têm vontade de estudar e trocar conhecimentos sobre outros autores e gêneros literários que não são muito estudados na universidade. As futuras iniciativas, sem dúvida, só têm a enriquecer ambos envolvidos. Fica a sugestão de que não só os estudantes de Letras desenvolvam projetos com esse tipo de temática, mas também os das demais áreas do conhecimento, afinal, a literatura é mais uma forma de interpretar e conhecer o mundo.

Texto: Eduarda Schneider Lemes                                                                                   18/06/2012
Fotos: Paula Moran

15/06/2012

Jaqueline Thies Koschier palestrou na noite de ontem, no IJSLN

Ontem, dia 14, o Instituto João Simões Lopes Neto recebeu a professora do IFSul Jaqueline Thies Koschier, que palestrou sobre o conto “Melancia – Coco Verde”. A palestra já é a 7ª do ciclo que prevê 19 encontros – um para cada conto. 

Jaqueline Thies Koschier. Foto: Cristina Trápaga.
Jaqueline conduziu uma fala clara e leve, através da qual analisou, principalmente, a intertextualidade existente entre o texto de Simões e de Érico Veríssimo em “O Continente”. Para isso, a ministrante do encontro leu partes das duas histórias comparando a apresentação da figura do gaúcho: um homem honrado, majestoso, peleador e orgulhoso de suas tradições. 

Como justificativa para a escolha do conto, Jaqueline elencou três motivos. Além de ser coincidente com a semana do Dia dos Namorados, o conto trata de uma relação que é feliz, diferentemente das demais relações existentes em outros contos e, também, por trazer o Reduzo – personagem das minorias – como participante ativo da história.

A palestrante ainda analisa elementos textuais e de linguagem, como o título singelo e simbólico da história, que carrega consigo a ideia de que melancia e coco verde não são frutas fáceis de serem provadas, e a parcialidade explícita do autor no momento em que desconstrói a imagem do ilhéu, afirmando sua defesa à Costinha. 

Mario Mattos, mais uma vez, esteve presente. Foto: Cristina Trápaga.
Estiveram presentes no encontro o secretário de cultura de Pelotas Mogar Xavier, o mais ilustre simoneano Mario Mattos, além de professores representantes do IF-Sul e da UCPel. 

A próxima palestra ocorrerá no dia 28 de junho às 19h e será ministrada pelo prof. Gilnei Oleiro.

14/06/2012

Hoje, no IJSLN, palestra de Jaqueline Thies Koschier

Logo mais, às 19 horas no Instituto J. Simões Lopes Neto, acontecerá mais um encontro integrante do ciclo de palestras que celebra o centenário do livro Contos Gauchescos. A professora Jaqueline Thies Koschier é a convidada e irá levar ao auditório Carlos Reverbel a palestra Melancia - Coco Verde reafirmação da identidade gaúcha e suas intertextualidades

Quem estiver no auditório Carlos Reverbel poderá acompanhar as interpretações de Jaqueline Koschier acerca do conto que, segundo ela, traz elementos que criam uma imagem positiva do gaúcho, representado pelo personagem Costinha. Há também a relação de amor entre o já mencionado Costinha e sia Talapa. Além, é claro, da observação de outras intertextualidades presentes em mais um belo trabalho do escritor pelotense. 

Jaqueline Koschier é graduada em português e literaturas pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e mestre em história da literatura pela Universidade Federal do Rio Grande (FURG). Atualmente é professora lotada na Coordenadoria de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (COLINC) no Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Região Sul (IFSul).

Tudo isso está à sua espera às 19 horas no Instituto João Simões Lopes Neto, localizado na rua D. Pedro II, 810. Compareça!

13/06/2012

Entrevista com Jaqueline Thies Koschier

Amanhã, dia 14 de junho, o Instituto João Simões Lopes Neto receberá mais um admirador e estudioso de Simões para dar continuidade às comemorações do centenário de “Contos Gauchescos”. Desta vez, a convidada é Jaqueline Thies Koschier. Jaqueline é professora no IF-Sul e, em entrevista à assessoria de imprensa do Instituto, falou um pouco sobre a literatura regionalista na escola.

Jaqueline Thies Koschier
1. De onde surgiu teu interesse pelo estudo de literatura e, consequentemente, literatura regionalista como a de Simões? 
Sempre gostei muito de ler, sou frequentadora assídua de bibliotecas desde o ensino fundamental; Foi por acaso que encontrei um conto de Simões, O contrabandista, e me apaixonei pelo personagem Jango Jorge. Após a leitura deste, busquei os outros contos, e acabei gostando de todo o livro.

Quando estava no quarto semestre de Letras, fui selecionada para ser bolsista do prof. Claudio Cruz, em um projeto que visava recuperar a fortuna crítica de João Simões Lopes Neto no jornal Correio do Povo. Desde então, o prazer lúdico somou-se aos estudos acadêmicos. 


2. Como enxergas, nos dias atuais, a linguagem característica que Simões trouxe em suas obras? Ela interfere no estudo de literatura entre os jovens? 

A linguagem é sempre algo muito dinâmico, e como tal, vive em constante processo de transformação; a linguagem simoniana é diferenciada e causa estranhamento, principalmente, aos jovens urbanos contemporâneos, os quais não têm mais contato com expressões típicas do "interior" e do século XIX. Entretanto, como os temas simonianos são universais, o entendimento geral da obra não é comprometido. 


3. E na escola, os adolescentes recebem com entusiasmo/interesse a literatura regionalista? Como ela é difundida? 

Infelizmente, obras literárias são pouco trabalhadas na escola; Há uma série de propostas para se trabalhar bem com literatura, mas nem sempre os currículos escolares se adaptam às necessidades literárias; 

Quanto ao entusiasmo dos alunos, este depende de "quando e como" as atividades serão propostas. 

12/06/2012

Saiba mais sobre Jaqueline Thies Koschier, a palestrante do encontro desta quinta-feira

Jaqueline Thies Koschier, próxima palestrante do Ciclo de Palestras pelo Centenário de Contos Gauchescos, é graduada em Letras (Português e Respectivas Literaturas) pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em 2002, e Mestre em História da Literatura pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 2005. Nesta quinta a professora ministra, no auditório Carlos Reverbel, a palestra intitulada Melancia Coco - verde: A reafirmação da identidade gaúcha e suas intertextualidades.

Durante seu percurso acadêmico, Jaqueline foi bolsista da FAPERGS e do CNPq, trabalhou com EAD no curso de Licenciatura em espanhol (FPELE/UFPEL), na pesquisa e produção da disciplina de Produção de Leitura e escrita em Língua Portuguesa I e II.

Atualmente é professora na Coordenadoria de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias (COLINC), localizada no campus Pelotas do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Região Sul (IFSUL). Além disso, possui vasta experiência na área de Educação, com ênfase no ensino de língua portuguesa, produção e compreensão textual e respectivas literaturas. 

Contamos com sua presença para prestigiar mais uma análise, uma visão e uma discussão sobre o que Simões Lopes Neto conta da nossa terra.

11/06/2012

Jaqueline Koschier palestra sobre conto "Melancia - Coco verde"

Nesta quinta-feira (14) o Instituto João Simões Lopes Neto dará prosseguimento ao ciclo de palestras que celebra o centenário dos Contos Gauchescos. O encontro da vez será ministrado pela professora Jaqueline Thies Koschier e abordará o conto Melancia - Coco verde. Jaqueline Koschier é professora lotada na Coordenadoria de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, (COLINC) campus Pelotas, do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia da Região Sul (IFSUL). 

O conto a ser abordado conta a história de paixão entre os personagens Costinha e sia Talapa. Para se comunicarem, enquanto ele está na guerra, adotam codinomes. "E combinaram que pra qualquer recado ou carta ou aviso, ela teria o nome de Melancia e ele de Coco verde. Só eles, ninguém mais saberia; que era para despistar algum xereta." A palestra busca a reafirmação da identidade gaúcha e suas intertextualidades.


08/06/2012

Troféu 200 anos de Pelotas

Nesta sexta-feira (8) acontecerá a entrega do Troféu 200 anos de Pelotas, o evento  promovido pelo Lions Clube Pelotas Integração, em parceria com a prefeitura está marcado para às 20h30min no Clube Diamantinos. Na ocasião serão homenageadas empresas, pessoas e instituições que fizeram e ainda fazem parte da história de Pelotas, contribuindo para seu desenvolvimento e crescimento.


O evento faz parte do calendário das comemorações do bicentenário da cidade, e ocorrerá com um jantar de outorga dos títulos. Pelos inúmeras e relevantes serviços prestados a comunidade pelotense, o Instituto João Simões Lopes Neto será uma das instituições agraciada com o Troféu Pelotas 200 anos.

O convite para o Troféu 200 anos de Pelotas pode ser adquirido na rua Gonçalves Chaves, 358, ou pelos telefones 3028-2020 e 9106-5517. O valor individual é de R$ 80,00.

07/06/2012

Projeto Arte na Escola


clique na imagem para ampliá-la


06/06/2012

IJSLN recebe projeto da escola Simões Lopes Neto, de Porto Alegre

Na última sexta-feira (1), o Instituto João Simões Lopes Neto recebeu os alunos da escola de Porto Alegre que leva o seu nome (E.E.E.F. Simões Lopes Neto). A visita faz parte do projeto Andanças pelo Rio Grande: de Porto Alegre a Pelotas, a vida de João Simões Lopes Neto aproximando escola e museu, que tem por objetivo levar aos estudantes a oportunidade de vivenciar a história e a vida do patrono de sua escola, além de integrá-la como um todo (envolvendo alunos, professores, funcionários e pais) através da exposição e apresentação dos trabalhos dos formandos à comunidade escolar.

Alunos presentes no auditório Carlos Reverbel
Durante a visita, os alunos buscaram colher fotografias, depoimentos, entrevistas e assistiram a vídeos. Todo o conteúdo coletado será aplicado em trabalhos de diferentes disciplinas, em razão do caráter interdisciplinar do projeto, envolvendo, pois, professores das mais diversas áreas do conhecimento. O artista plástico e escritor pelotense Mário Mattos teve participação ativa nesse processo, tarefa que desempenhou com muita satisfação.

Mário Mattos conversa com os estudantes
A proposta previa, além da visitação, o estudo das obras do escritor. Sendo assim, os alunos entraram em contato com os principais livros, sendo eles o Contos Gauchescos e Lendas do Sul. Tudo isso visando enriquecer e introduzir os estudantes ao mundo da pesquisa, além de torná-los conhecedores da vida e do trabalho de Simões. 

O projeto segue em andamento. As próximas etapas envolvem a execução de atividades referentes à visita, além da exposição, apresentação e a representação dos trabalhos à comunidade escolar.

O Instituto João Simões Lopes Neto recebeu com muita satisfação a visita dos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Simões Lopes Neto e agradece à diretora Ana Maria Fachel e aos demais professores desta instituição a idealização e a execução do rico e estimulante projeto.

05/06/2012

Revista do primeiro centenário de Pelotas ganha versão digital

Neste ano de 2012, a cidade de Pelotas festeja o bicentenário de sua fundação, com diversas atividades comemorativas. O que pouca gente sabe é que cem anos atrás, pela primeira vez, uma série de atividades comemorativas ocorrera em comemoração ao aniversário da cidade. E o principal organizador dessas atividades foi o mais famoso escritor pelotense, João Simões Lopes Neto, também responsável pela criação e execução da Revista do 1º Centenário de Pelotas que, neste mês de maio, ganhou uma versão digital.

Na publicação, Simões Lopes traz aspectos históricos de Pelotas e cidades vizinhas, informações econômicas, dados sobre a vida de figuras ilustres, curiosidades sobre nomes de ruas antigas. Além de apresentar diversos anúncios de lojas e indústrias da época. Ao todo foram oito edições, que agora se encontram em formato digital graças à iniciativa do estudante de Arquitetura e Urbanismo - da Universidade Federal de Pelotas - Guilherme Pinto de Almeida.

Cartaz de divulgação do CD
Conforme nos conta Almeida, seu interesse pelo assunto começou quando pesquisava como bolsista para a professora de seu curso, Ester Judite Bendjouya Gutierrez, junto ao Núcleo de Estudos da Arquitetura Brasileira. Segundo ele, após ter tido contato com material deu-se conta da importância do conteúdo histórico ali contido. Na intenção de preservar e também facilitar o acesso a essa obra, foi então desenvolvido um projeto de digitalização dessas revistas que agora se encontram em um único CD-Rom (disco executável em computadores).


O projeto

Para executar o projeto, Guilherme Almeida contou com o patrocínio e apoio das livrarias Mundial e Monquelat, onde o CD-Rom está à venda no valor de R$ 30. Nessa primeira tiragem foram feitos 100 exemplares numerados que, segundo informa o autor, estão quase esgotados. Uma segunda tiragem, ainda com com os mesmo parceiros, já está sendo providenciada para atender a demanda.  Seu objetivo, no entanto, é buscar parceiros e patrocinadores para uma tiragem mais expressiva e que possa inclusive, propiciar a distribuição de alguns exemplares em bibliotecas e escolas, de modo que um maior número de pessoas tenha acesso ao trabalho.

Guilherme Pinto de Almeida, à esquerda, conversando conosco no Instituto
O processo de digitalização ocorreu todo de forma independente. Almeida conta que conseguiu de acervos particulares todos os números da revista e fez todo cuidadoso processo de escaneamento, adequou o material em um programa específico para esse formato de revista e buscou todos os materiais para confecção dos CD-Roms, que foram, inclusive, devidamente registrados na Biblioteca Nacional, sob o número ISBN 978-85-913615-0-2.


Simões Lopes além da literatura 

Simões Lopes é famoso e reconhecido por suas obras literárias, como Cancioneiro Guasca (1910), Lendas do Sul (1913) e Contos Gauchescos – esta última completando cem anos de publicação neste ano. No entanto, o escritor foi muito atuante em diversas outras áreas, investiu na indústria do tabaco, café, vidro e em destilaria, mas acabou se encontrando mesmo no mundo das letras. Escreveu em diversos jornais da cidade, e além de ficção - área em que ficou consagrado – também desenvolvia pesquisas sobre a história de Pelotas e da região. 

Antes da publicação da revista do centenário, Simões Lopes já havia publicado o texto a cidade de  Pelotas - apontamentos para alguma monografia sobre o seu centenário nos Anais da Bibliotheca Pública Pelotense (volume 2), no ano de 1905. A partir daí o escritor começou a trabalhar no projeto que resultou na revista, pois seu desejo era deixar algo além das festividades no centenário da cidade.

Visual da revista rodada no computador

A revista é, desde então, uma das mais importantes fontes de pesquisas para estudiosos da história pelotense e de municípios vizinhos. “A revista serviu como subsídio para Fernando Osório compor (a obra) A cidade de Pelotas (1922)”, segundo declarou o pesquisador simoneano e ex-superintendente da Secretaria da Cultura, Mogar Xavier, a um jornal local¹. 

Assim, com a digitalização dessas revistas, Almeida espera que um maior número de pessoas tenha conhecimento e acesso a elas, e assim talvez até despertar novas pesquisas sobre a história de nossa cidade.

¹ - Fala extraída do jornal Diário Popular, pag. 08, edição de 16 de outubro de 2011.

04/06/2012

Drummond Comparado: o poeta das sete faces & outros

Acontece no IJSLN, às quintas-feiras das 14h15 às 16h, o projeto de extensão Drummond Comparado: o poeta das sete faces & outros. Os encontros, ministrados pelas estudantes de Letras da Universidade Federal de Pelotas, Francieli Borges e Patrícia Hoff, têm por objetivo a leitura e a discussão em conjunto dos poemas, contos e crônicas de Carlos Drummond de Andrade e de outros autores selecionados.

A atividade começou no dia 20 de maio e estende-se até o dia 21 de junho. O projeto tem a orientação da Profª. Drª. Cláudia Lorena Fonseca e a colaboração do Prof. Dr. João Luis Pereira Ourique.



Palestra com Eduardo Arriada sobre conto “Duelo de Farrapos”

Na última quinta-feira, dia 31, dando continuidade ao ciclo de palestras em comemoração ao centenário dos contos gauchescos, esteve presente no auditório Carlos Reverbel do Instituto Simões Lopes Neto o professor e historiador Eduardo Arriada, que palestrou sobre o conto “Duelo de Farrapos”: entre a ficção e a história.
O presidente do IJSLN, Antônio Carlos Mazza, ao lado do historiador  Eduardo Arriada
Eduardo é mestre em História e doutor em Educação pela PUC/Porto Alegre. É também professor da faculdade de educação (Fae/UFPel) e membro do do CEIHE (Centro de Estudos e Investigação em História da Educação). Ultimamente tem desenvolvido estudos e pesquisas sobre história da educação no Rio Grande do Sul e Pelotas; produção e circulação de livros didáticos; história das livrarias e editoras. Já publicou diversos livros dentre eles estão: Pelotas: Gênese e desenvolvimento urbano (1780-1835)Pelotas: Armazém Literário, 1994; A educação secundária na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul: a desoficialização do ensino público, 2011.

Público prestigiando a palestra
Na palestra, que se iniciou por volta das 19h, o historiador buscou discutir os cruzamentos entre o discurso literário e o discurso histórico. O conto Duelo de Farrapos narra o duelo entre duas importantes figuras na história do Rio Grande do Sul: Bento Gonçalves e Onofre Pires de Silveira Canto. O palestrante buscou levantar as possíveis fontes usadas pelo autor, como exemplo do Almanaque Literário e Estatístico do Rio Grande (editado a partir de 1989). Discutiu ainda as relações entre o real e imaginário presente no conto de Simões Lopes.

Próxima palestra

Está marcado para o dia 14 de junho a próxima palestra do ciclo, que será ministrada pela professora Jaqueline Thies Koschier juntamente com o professor Jean Zimmermann. O conto a ser debatido desta vez será "Melancia - Coco Verde".

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Facebook Themes